Untitled - Soneto de Amor, Soneto de Dôr
Abro o coração, escorre toda a cor;
Abri minh'alma, mas só eu fiquei...
Seco'sangue ao Sol: em pó me tornei;
Choro e lama sou, morro sem calor.
É assim que se fica o meu amor:
Feito nada quando tudo lhe dei;
Amei seco, pois nada respirei...
Olhos de nuvem, exprimindo a dor.
És a luz que faz todo céu brilhar:
Céu de verão, sem nunca escurecer;
És todo o ar que quero respirar:
Quem é que te fez? Teu eu quero ser!
Toda minh'alma quer a ti amar...
E meu coração... quer te pertencer.
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